A INDULGÊNCIA – A FORÇA MORAL DE QUEM AMA
Que a paz do Cristo esteja em nossos corações.
Hoje, refletiremos juntos sobre uma virtude muitas vezes
esquecida, mas essencial para quem busca a verdadeira transformação interior: a
indulgência.
Segundo o Espiritismo, os seres misericordiosos são aqueles
que praticam a caridade em sua forma mais elevada, seguindo o exemplo de Jesus
e das leis divinas. Eles não apenas perdoam e compreendem as falhas alheias,
mas também agem ativamente para aliviar o sofrimento e auxiliar na evolução
espiritual do próximo.
Vamos nos apoiar no capítulo X do Evangelho Segundo o
Espiritismo, que trata dos “Bem-aventurados os misericordiosos”. Dentre os
assuntos abordados neste capítulo, encontramos o perdão das ofensas, a
reconciliação com os adversários e o não julgamento das falhas alheias
A indulgência, na visão espírita, não é conivência com o
erro, mas sim caridade em sua forma mais elevada. O ser indulgente é aquele
que, compreendendo as fraquezas humanas, evita julgar, prefere compreender,
acolher e ajudar.
É alguém que não apenas perdoa, mas se coloca no lugar do outro e estende a mão.
A INDULGÊNCIA E A MISERICÓRDIA
Jesus foi o exemplo maior de indulgência. Ele não apenas nos
pediu que amássemos nossos inimigos, mas nos mostrou como: perdoando,
compreendendo, guiando com amor.
Ser misericordioso é praticar a caridade com o coração.
No Espiritismo, aprendemos que todos nós somos espíritos em evolução. Erramos. Acertamos. Aprendemos. A indulgência nasce desse reconhecimento da fragilidade e da beleza do processo humano.
NÃO JULGAR: UM ATO DE HUMILDADE
Jesus nos ensinou: “Por que vês o argueiro no olho do teu
irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho?”
O ser indulgente não vê os defeitos alheios, ou, se os vê, evita falar deles ou divulgá-los. Um dos defeitos do homem é ver o mal de outrem antes de ver o que está nele próprio.
A INDULGÊNCIA COMO FORMA DE AJUDA
O ser indulgente não divulga o erro alheio. Se percebe,
prefere o silêncio ou, quando necessário, o conselho fraterno, sem humilhação.
A censura lançada sobre a conduta de outrem pode ter dois
motivos:
• Reprimir
o mal (com amor)
• Ou
desacreditar a pessoa (com orgulho)
Qual é o nosso motivo?
A PRÁTICA DA EMPATIA
Uma das chaves da indulgência é a empatia.
Pergunta-chave para reflexão:
"Se eu estivesse no lugar dessa pessoa, com as mesmas
dores, histórias e limites, como agiria?"
O Espiritismo nos ensina que julgar é usurpar um papel que pertence somente a Deus, pois só Ele conhece os corações
PERDÃO ATIVO E O AUTOPERDÃO
Perdoar não é esquecer ou passar por cima de injustiças. É
libertar-se do ressentimento.
O Evangelho Segundo o Espiritismo nos lembra: o perdão é uma
obrigação moral de quem deseja paz interior.
E também precisamos aprender a nos perdoar. Ninguém evolui na culpa. A indulgência começa por nós mesmos.
AJUDAR AO INVÉS DE CONDENAR
Quando vemos alguém errar, podemos escolher dois caminhos:
• Criticar
• Ou
estender a mão
A indulgência nos convida à ajuda fraterna. Isso se dá com o exemplo, com a palavra, com a prece.
A PACIÊNCIA COMO COMPANHEIRA
A evolução espiritual é lenta. Recaímos, erramos,
recomeçamos.
Por isso, sejamos pacientes conosco e com os outros. A indulgência é também saber esperar, sem desistir de ninguém.
REFLEXÃO FINAL: A PEDRA E A MULHER ADÚLTERA
Vamos lembrar a cena inesquecível: Jesus diante da mulher
adúltera, cercada pela multidão.
“Aquele que estiver sem pecado, atire a primeira pedra.”
Todos largaram suas pedras e foram embora.
Este é o exemplo máximo de indulgência: Jesus não a condena, mas também não a incentiva a permanecer no erro. Ele diz: “Vai, e não peques mais.”
CONCLUSÃO
Ser indulgente é amar sem condições, com coragem moral e
compaixão verdadeira.
É entender que fora da caridade não há salvação, e que a indulgência é um dos seus pilares mais profundos.
CONVITE À PRÁTICA
Vamos sair daqui hoje com um convite íntimo:
Antes de julgar, compreenda.
Antes de criticar, ajude.
Antes de apontar, olhe para dentro.
Que possamos, inspirados por Jesus, sermos mais indulgentes,
mais fraternos, mais amorosos.
Muita paz a todos!