ARTIGOS  e PALESTRAS

AMOR MATERNAL - Palestra Espírita

AMOR MATERNAL

Qual a necessidade da vida em família?

A vida em família é fundamental para a nossa melhora interior. É um meio que Deus nos concedeu onde nos possibilita um crescimento espiritual.

Se estamos encarnados é porque tivemos um pai e uma mãe, ou seja, foram eles que nos deram a vida corporal, seja em que circunstância foi.

Não existe o acaso na obra divina. Somos filhos dos nossos pais por um propósito espiritual. Há toda uma construção espiritual para a formação da nossa família onde somos entrelaçados um com os outros por afinidade ou por questões mal resolvidas em existências passadas e que estamos juntos na atual existência para honrarmos os compromissos assumidos com vistas ao aperfeiçoamento espiritual que todos alcançaremos um dia.

Do ponto de vista espiritual o que significa ser mãe?

890. Será uma virtude o amor materno, ou um sentimento instintivo, comum aos homens e aos animais?

“Uma e outra coisa. A Natureza deu à mãe o amor a seus filhos no interesse da conservação deles. No animal, porém, esse amor se limita às necessidades materiais; cessa quando desnecessário se tornam os cuidados. No homem, persiste pela vida inteira e comporta um devotamento e uma abnegação que são virtudes. Sobrevive mesmo à morte e acompanha o filho até no além-túmulo. Bem vedes que há nele coisa diversa do que há no amor do animal.” (205-385) (fonte: LIVRO DOS ESPÍRITOS - Parte Terceira - Das leis morais - CAPÍTULO XI - DA LEI DE JUSTIÇA, DE AMOR E DE CARIDADE - Amor materno e filial)

A Doutrina Espírita esclarece que o amor materno se trata de um compromisso importante, porque ao gerar um filho assumi-se um compromisso perante as Leis de Deus, oferecendo oportunidade para que um espírito por meio da reencarnação possa evoluir, cabendo aos pais o amparo necessário para sua caminhada de novos aprendizados.

A natureza sábia deu à mulher o amor maternal que preserva e engrandece o gênero humano.

O amor materno é semente divina lançada no coração da mãe, para que ela possa cuidar com mais eficiência dos seus filhos. No entanto, a razão vem nos alertar para que não possamos traduzir esse amor em apego, comumente visto em demasia em alguns pais.

Os animais têm esse amor, na dimensão dos instintos, porém, quando se não faz mais necessário, eles o esquecem, entregando os filhotes à natureza e, certamente, aos Espíritos que cuidam dos animais em todas as suas seqüências de vida. Nas criaturas humanas, esse amor avança mais e por vezes ultrapassa o túmulo, e mesmo várias reencarnações, principalmente na personalidade da mãe, onde o coração responde a todas as ansiedades no que tange ao amor materno, às vezes com uma grande mistura de apego desnecessário. Mas, a vida vai lhes ensinando que todos somos irmãos. O amor do animal é instinto; o da mãe, alcançou outra dimensão de vida.

O amor materno, além de eterno, é dedicação, abnegação e devotamento pelo amor dos filhos, de maneira incondicional e sublime.

Desde o nascimento da criança, a mãe se desvela, tratando-a com o máximo de cuidado, sempre atenta aos mínimos detalhes para o seu bem-estar.

Enfim, é o amor grandioso e nobre, de difícil definição, criado pela Natureza para a conservação da espécie humana.

Não há limite de tempo ou de lugar, persistindo, para sempre, além da morte, até no plano espiritual.

No mundo espiritual notam-se muitas mães sofrendo com as lições que os filhos devem aprender, desejando, e mesmo pedindo, para que eles não sofram o que eles mesmos criaram, embora eles precisem passar por determinados testemunhos. Por vezes, elas são retiradas de perto dos seus tutelados, para que eles sejam eles mesmos. No entanto, os pais, nos mundos elevados, não interferem nas provas dos filhos; apenas insuflam ânimo nos seus corações para que passem por todos os infortúnios com coragem. Esses pais são felizes, vendo seus filhos vencerem todas as dificuldades do caminho.

MÃES E FILHOS QUE SE ODEIAM

Existem algumas mães que odeiam os filhos, como filhos que não toleram as mães.

Veja o que nos diz a questão 891 do Livro dos Espíritos:

– Estando em a Natureza o amor materno, como é que há mães que odeiam os filhos e, não raro, desde a infância destes?

 “Às vezes, é uma prova que o Espírito do filho escolheu, ou uma expiação, se aconteceu ter sido mau pai, ou mãe perversa, ou mau filho, noutra existência. Em todos os casos, a mãe má é uma pessoa animada por um mau Espírito que procura criar embaraços ao filho, a fim de que sucumba na prova que buscou. Mas essa violação das leis da Natureza não ficará impune e o Espírito do filho será recompensado pelos obstáculos de que haja triunfado.”

As mães que odeiam seus filhos, ainda são Espíritos que dormem em relação ao amor, e os filhos que maltratam seus pais se encontram nas trevas dos entendimentos superiores. Entretanto, não estão perdidos, pois o tempo lhes vai mostrando a realidade. A vida constitui uma semeadura; ao colhermos o que plantamos. A razão nos fala que não nos convém a violência, a maldade, o ódio, o ciúme, o orgulho e o egoísmo. Às vezes, pelo passado incorrigível do filho, ele escolheu a mãe que lhe seria própria, para a educação dos seus instintos grosseiros, e vice versa; todavia, a própria vida nos vai moldando todos os dias e mostrando que só o amor vale a pena ser cultivado, em todos os ângulos da vida.

A mãe má não é um Espírito bom. Ela é escolhida de conformidade com o filho e com aquilo que ele deve passar, temperando seus sentimentos e mostrando nele os pontos a serem modificados.

Se o filho é odiado, seus sofrimentos, passados com paciência, não ficarão em vão. Deus o recompensará, aliviando o seu fardo. Todo trabalhador é digno do seu salário, e antes dos pais do mundo material, nós todos já tínhamos o verdadeiro Pai: Deus.

Mesmo que os pais não cuidem moralmente dos filhos, existe o Pai do Céu, que nunca deixa órfãos Seus filhos. Mesmo que os pais sofram pela conduta dos filhos, eles, igualmente, são filhos de Deus. Ninguém se encontra desamparado da bondade do Senhor.

Se, por vezes, existe mulher sendo maltratada pelos filhos, nada mais é do que uma prova escolhida por ela mesma para se redimir dos erros cometidos no passado, quando não soube se comportar como mãe devotada e acolhedora.

892. Quando os filhos causam desgostos aos pais, não têm estes desculpa para o fato de lhes não dispensarem a ternura de que os fariam objeto, em caso contrário? (L.E)

“Não, porque isso representa um encargo que lhes é confiado e a missão deles consiste em se esforçarem por encaminhar os filhos para o bem. Demais, esses desgostos são, amiúde, a conseqüência do mau feitio que os pais deixaram que seus filhos tomassem desde o berço. Colhem o que semearam.”

Os pais têm a obrigação de educar seus filhos moralmente também, falando e dando exemplos de retidão de vida, ou pelo menos se esforçando para tal desempenho. São sementes que devem ser semeadas nos corações que crescem para a luz. Quando descuidamos, a plantinha tenra pode desviar-se do caminho do amor e da paz.

Os maus filhos sempre são maus Espíritos encarnados que vieram à Terra com a finalidade de se melhorarem moralmente e é neste objetivo que a lei da reencarnação opera, despertando as almas para a luz da verdade. Não existe carência de valores com Jesus. Ele multiplica os nossos dons e faz despertar em nós o celeiro de vida, em busca da felicidade.

Ser mãe representa a possibilidade do exercício do amor incondicional, doando o melhor de si para a evolução de um espírito que nasce no papel de filho, seja ele um amigo do passado ou alguém que necessite de reconciliação, como oportunidade de reconstruírem uma nova história.

 

(Fonte de pesquisa: Livro dos espíritos, de Allan Kardec e Filosofia Espírita Volume XVIII, de João Nunes Maia pelo Espírito Miramez)